Nesta quarta-feira (10), a Polícia Civil de Santa Catarina prestou apoio à operação “Squadrone”, deflagrada pela 2ª Delegacia de Repressão ao Narcotráfico da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, em combate aos delitos de tráfico de drogas, associação para o tráfico, porte ilegal de armas de fogo e comércio irregular de munições e armas de fogo.
A ação teve suporte do projeto I.M.P.U.L.S.E. da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência do Ministério da Justiça (DIOPI), e foi deflagrada em conjunto com as Polícias Civis dos Estados do Paraná e de São Paulo. No total, foram cumpridos 31 mandados de prisão, 43 de busca e apreensão, 26 bloqueios de contas bancárias e 4 ordens de restrições veiculares em quatro estado e vinte municípios.
Santa Catarina
Segundo o diretor da DEIC/PCSC, delegado Daniel Régis, a Polícia Civil de Santa Catarina prioriza esse tipo de ação integrada com outras polícias civis do Brasil. Ele destacou também o importante apoio logístico fornecido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, através da DIOPI, que permite que as investigações possam abranger todos os estados da Federação.
Em Santa Catarina, a ação ocorreu em Balneário Arroio do Silva, Balneário Rincão, Balneário Camboriú, Criciúma, Içara, Itajaí, Itapema, Joinville, Navegantes, Penha e Tubarão. Participaram da ação cerca de 190 policiais das instituições envolvidas. No estado, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão e 17 de prisões (um dos alvos não foi localizado).
Entenda o caso
As investigações iniciaram há mais de quinze meses, oportunidade em que os policiais civis do Rio Grande do Sul efetuaram a prisão em flagrante de um casal (um homem com antecedentes policiais no estado de Santa Catarina e uma mulher paranaense menor de idade) comercializando tijolos de crack no Bairro Intercap, em Porto Alegre.
A partir dessa diligência, após autorização judicial em cautelar representada pela Autoridade Policial gaúcha, as diligências investigativas que se seguiram demonstraram a existência de uma espécie de consórcio e “aliança” envolvendo dois dos principais grupos de narcotráfico do Rio Grande do Sul (com origem no Vale dos Sinos) e de Santa Catarina (com origem na Capital Catarinense), visando à transação e comércio de substâncias entorpecentes.
Apurou-se que um dos indivíduos, alvo da Operação, era responsável pela conexão entre as duas facções que realizavam vultosas negociações de entorpecentes, principalmente cocaína e crack. Um dos líderes da facção criminosa de Santa Catarina acabou sendo executado por desafetos de facção rival em setembro de 2023 na cidade de Criciúma.
Segundo as investigações, no intervalo de 15 dias, os criminosos movimentaram mais de R$ 5 milhões de reais com a venda de cocaína e crack intermediada entre as células das facções de SC e RS. O dinheiro recebido em espécie era destinado para contas de empresas de fachada para os estados do Paraná e São Paulo, e também para uma casa de câmbio no estado de SC, alvo de execução de mandado de busca na manhã do dia de hoje pelos Policiais Civis gaúchos e catarinenses.
De acordo com o que se pode apurar no decorrer das diligências investigativas, um dos principais alvos da ofensiva policial deflagrada hoje (um traficante português naturalizado brasileiro), fazia a comercialização de drogas em seu perfil nas redes sociais, e com os lucros obtidos com a mercancia das drogas sustentava verdadeira vida de luxo.
Alguns dos integrantes da associação criminosa que enriqueciam com o tráfico de drogas já se encontravam presos no sistema penitenciário, utilizando os lucros para obterem regalias nos estabelecimentos prisionais.
As medidas cautelares executadas pelos policiais civis hoje foram expedidas pelo Poder Judiciário Gaúcho (Foro Central de Porto Alegre), após parecer favorável exarado pelo Promotor de Justiça do Ministério Público Estadual do RS, oficiante perante aquele Juízo e com atribuição para o Feito.
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