Polícia Civil de Santa Catarina

PCSC reabre investigação sobre possível duplo homicídio ocorrido em 2018 em Guatambu após a identificação de restos ósseos encontrados na região

No dia 12 de maio de 2018 desapareceram duas pessoas moradoras de Chapecó cujos familiares, depois de algum tempo, registraram boletins de ocorrência informando a impossibilidade de contato com elas. As desaparecidas eram amigas, e foram vistas juntas pela última vez na manhã do dia referido.  

Não tardou para, na manhã de segunda-feira, dia 14/05/2018, ser encontrado por um popular o corpo de menina aparentemente bastante jovem, quase todo carbonizado às margens da estrada de acesso ao Município de Planalto Alegre, nas proximidades da SC-283. Algum tempo depois, durante a investigação, por meio de exame de DNA, foi confirmado se tratar da adolescente.

Durante o exame pericial, ainda no local do crime, os policiais verificaram que a menina trajava uma jaqueta com o desenho da bandeira dos EUA e três anéis, bem como que havia sido queimada junto com uma bolsa feminina, na qual havia um canivete e um frasco de perfume. Também chamou a atenção que o corpo estava enrolado em uma coberta estampada, a qual não queimou totalmente, bem como a presença de um martelo cutelo parcialmente carbonizado junto ao corpo.

Também percebeu-se que o cadáver estava com uma fita plástica na boca e amarrado pelas mãos, indicando que a vítima possivelmente foi amarrada e amordaçada antes de ser morta.

A causa da morte foi identificada como sendo decorrente de um golpe com arma branca perfurante no pescoço, o qual foi posteriormente associado ao canivete queimado junto com o cadáver, haja vista compatibilidade das dimensões da lâmina com o ferimento.

Próximo ao cadáver queimado também foi encontrado um cordão da Chapecoense, com três chaves, duas de uma casa e uma de uma motocicleta.

A partir desses elementos, a investigação policial identificou um suspeito morador de área localizada na divisa de Chapecó e Guatambu. Neste local, na residência de familiares do suspeito, foi encontrada uma motocicleta relacionada à chave encontrada próximo ao corpo carbonizado da adolescente, bem como foi reconhecido pelos moradores da casa o cobertor estampado que estava enrolado no corpo da vítima. As chaves residenciais encontradas próximo ao cadáver também eram compatíveis com a residência do autor, onde foi encontrada uma caixa de ferramentas na qual estava ausente apenas uma peça: um martelo cutelo.

A Polícia Civil concluiu que o local, onde foi encontrado sangue em um dos quartos e em um colchão, foi utilizado pelo autor para cometer o homicídio da adolescente, que foi morta ainda no sábado (12 de maio de 2018) pela manhã, véspera do dia das mães. Outros elementos obtidos revelaram o horário aproximado do homicídio e até mesmo o veículo que foi utilizado pelo autor para transportar o corpo da vítima.

Logo após o crime o autor fugiu da região, tendo permanecido foragido até o dia 9 de setembro do mesmo ano de 2018, quando foi capturado e interrogado pela Polícia Civil.

Quase três anos depois, na sessão do tribunal do júri do dia 23 de julho de 2021, o suspeito foi condenado a mais de 18 anos de reclusão pelos crimes de homicídio qualificado, fraude processual e destruição e ocultação de cadáver, conforme decisão da justiça de Chapecó.

Durante esse meio tempo, a Polícia Civil seguiu buscando informações sobre a outra jovem, que ainda estava desaparecida e de quem os familiares nunca mais tiveram notícias. Entretanto, no início deste de 2025, a Polícia Científica conseguiu finalizar um exame iniciado em setembro de 2024 e identificar uma ossada humana como sendo a da desaparecida.

Os restos ósseos (um crânio humano) identificados haviam sido encontrados no dia 19 de dezembro de 2019, praticamente um ano e meio após sua morte, em uma plantação de erva mate próxima a Chapecó. Em virtude do avançado estado de decomposição e inexistência de outros detalhes como vestes e objetos pessoais, não foi possível sua identificação inicialmente.

Diante da confirmação da morte da jovem, cujo crânio foi encontrado com marcas de fratura na face e na têmpora esquerda, a Polícia Civil retomou o trabalho investigativo sobre o caso e trabalha com a hipótese de conexão entre os crimes. Nas próximas semanas o trabalho policial deve avançar e novas informações poderão ser divulgadas.

Compartilhe nas mídias sociais:

Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on email
Pular para o conteúdo