Nesta segunda-feira (01/12), a Polícia Civil do Estado de Santa Catarina, em ação conjunta com a Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul, realizou a prisão de um homem suspeito de incitar o filho a matar a genitora para ficar com a guarda da criança, bem como de ter praticado uma série de delitos contra a ex-companheira e também contra o seu próprio filho.
A investigação começou no mês de junho de 2025, quando o suspeito apresentou à Polícia Civil uma foto do filho portando uma munição de fuzil, com a notícia de que o infante estaria tendo acesso a munições, armas e drogas na residência da genitora.
No entanto, a investigação teve uma grande reviravolta. Aós uma série de desdobramentos investigativos envolvendo buscas domiciliares e análise de celulares, a Polícia Civil de Santa Catarina constatou indícios de que o próprio genitor é quem teria fotografado o filho com uma munição, que estava em posse do mesmo de forma irregular, tendo constrangido o filho a colocar a munição na residência da mãe, com o objetivo de incriminá-la.
Conforme constatado ao longo da investigação, o pai da criança já possuía as munições irregularmente em sua residência e, motivado pela disputa de guarda, manipulou o filho para que este portasse as munições e as guardasse na casa da mãe. O objetivo era claro: após o registro falso da ocorrência, a Polícia cumpriria a busca e apreensão e encontraria as munições, incriminando a ex-companheira.
Inclusive, a partir das investigações, constatou-se que a foto que balizou o registro de ocorrência fora retirada pelo próprio aparelho celular do investigado e na residência dele, e não na residência da ex-companheira, conforme inicialmente noticiado à Polícia, tendo o genitor atuado não apenas para perseguir a mulher, mas também vindo a corromper o próprio filho, fraudando provas no curso de investigação policial a fim de incriminar a ex-companheira e, por conseguinte, obter a guarda da criança.
Com base no apurado, o Delegado presidente da investigação indiciou o suspeito pelos crimes de denunciação caluniosa, perseguição, fraude processual, posse ilegal de munição de uso restrito, porte ilegal de munição de uso restrito, corrupção de menores – artigos 339 e 347, do Código Penal; artigo 16, da Lei n° 10.826/03; artigos 242 e 244-B, do Estatuto da Criança e do Adolescente; e artigo 147-A, do Código Penal, sob a égide da Lei 11.340/06, representando também pela prisão preventiva do investigado.
A partir da expedição do mandado de prisão, a Delegacia de Gaspar, em ação conjunta com o Núcleo de Inteligência (NINT) de Blumenau e a DRACO do Estado do Rio Grande do Sul, localizaram e prenderam o suspeito na cidade de Cruz Alta/RS.
Por fim, o Delegado Filipe Martins, responsável por conduzir as investigações, ressalta a importância do trabalho dos Setores de Psicologia e de Investigação da Delegacia de Gaspar, bem com da integração do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil de Santa Catarina e Polícia Civil do Rio Grande do Sul, que atuaram não apenas para apurar os fatos, mas também para viabilizar o cumprimento do mandado de prisão.
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